Eu entendo que a principal intenção da Rede Globo ao exibir as cenas fortes da morte de um gay pode ter sido ajudar e conscientizar a população. Espancamentos, perseguições e até mesmo mortes agora fazem, mais do que nunca, parte da realidade de todos. No entanto, a forte cena à qual milhares de pessoas assistiram na novela Insensato Coração poderia ter sido evitada. Passar uma mensagem, dar apoio a uma causa, lutar por um objetivo é valido; expor para a população a dramatização de uma cena cruel como aquela, é totalmente dispensável. As pessoas violentas gostam de ver violência, elas sentem prazer com isso. E ver no horário nobre que certas atitudes já estão até dentro das novelas pode vir a incentivar tal comportamento. Ver o clipe de uma música dá vontade de cantá-la e dançá-la. Ver cinco homens espancando um gay, para quem gosta desse tipo de coisa absurda, só alimenta a necessidade de cometer barbaridades. Ver isso na maior emissora do Brasil acostumará a todos com violência. Será essa a maneira certa de a mídia ajudar na luta contra a homofobia? Por que um beijo gay ainda não pode acontecer no horário nobre, mas um assassinato por espancamento sim? O que choca mais, um jovem sendo agredido ou duas pessoas se beijando? Talvez a melhor pergunta seja: o que traria mais audiência? O que prejudicaria menos a emissora?
As pessoas estão acostumadas com violência, é algo do cotidiano. Todas sentiriam pena do adolescente morto, pensariam que é uma coisa horrível e, no dia seguinte, continuariam assistindo à novela e torcendo pelo casal principal. Mas se dois gays aparecerem se beijando, quantos pais de família permitiriam que a TV fosse ligada no mesmo canal outra vez? Quem permitiria que seus filhos jovens vissem tal cena de novo? Qual o pior exemplo? Na dúvida, decida-se pela violência e ignorância, elas já estão presentes na vida de todos mesmo...
Olha, realmente deve ter sido uma cena muito forte. Não assisto a esta novela, mas concordo que algumas afirmações poderiam ser colocadas de forma diferente, ainda mais em se tratando de uma programa de tevê, onde a influência é ainda maior.
ResponderExcluirRetratar a realidade é sem dúvida uma forma de alertar e conscientizar, mas não acredito que a mensagem seja eficaz ao enfatizar a violência.
Seja como for, sinto falta de programas que sejam influentes no ato de fazer o bem, de enaltecer a vida, e fazer as pessoas se sentirem felizes, independente do gênero, credo, etnia ou, neste caso, orientação sexual.
Concordo plenamente. Ficou claro de que a mídia ainda considera que a sociedade reage melhor a uma cena de violência do que a uma cena romântica. Então, partindo do pressuposto de que isso é mesmo verdade, temos cada vez mais violência explícita e menos incentivos ao bem. Aonde vamos chegar? Espero não estar aqui para ver.
ResponderExcluirNão assisto essa novela, então vou comentar de forma geral sobre o tema. A sociedade tem se acostumado com a falta de liberdade que o Estado tem nos imposto de uns anos pra cá. Querem governar a vida do povo com lei que não permite fumar ali, não pode comprar o remédio tal, não pode fazer isso e aquilo. Esse controle social se reflete na sociedade, que pensa que também pode controlar isso e aquilo, portando, não querem que homens sejam amantes. Como resultado, a gays se unem em prol de visibilidade, sem se darem conta que estão causando um efeito "rebot", que é o preconceito. Homossexualidade precisa sair dos holofotes, se é algo normal, pra que tratar como extraordinário? É isso que a imprensa tem feito, e assim que as pessoas tem agido. A gravidade é tanta que me parece que nos últimos meses as pessoas são monotemáticas... e isso é o mais triste da história toda.
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