segunda-feira, 27 de agosto de 2012

All the Lovers



Usando a música como referência, podemos definir que os anos 90 foram os anos do amor e do romantismo. Estava na moda namorar e ser feliz, os clipes contavam as historias de casais felizes e todo mundo estava atrás de um final feliz como nas novelas da Globo.

Vieram os anos 2.000 e com eles o novo milênio. O que houve com as pessoas? O que começou a mudar? Penso que o romantismo foi gradativamente sendo deixado de lado. O corpo ganhou destaque, veio para o primeiro plano. Ser lindo e maravilhoso passou a significar mais do que ter cabeça boa. Os bons papos do passado foram perdendo significado, e as garotas de cabelo mais lisinho e cinturinha fina ganharam espaço. As academias entraram em alta. Rapazes de todos os cantos ansiosos por fazer quinze anos e começar a trabalhar os músculos. Exercícios com o cérebro foram esquecidos.

Essa mudança atingiu você? Ainda se pega sonhando com o amor perfeito? Ir para baladas uma vez por semana te satisfaz ou aquele sentimento de que há “algo faltando” ainda paira no ar? That’s the point. Com a nova década que começou, o amor saiu de moda de vez. As noites estão lotadas de pessoas solteiras e roupas curtas, as conversas estão desprovidas de conteúdo e recheadas de insinuações. O sexo está prestes a se tornar esporte Olímpico e os relacionamentos que passam de um ano são comemorados quase como bodas de diamante. Por quê?

Parece inútil permanecer do lado cor-de-rosa da vida, se brincar com todas as cores é mais interessante. Quem parou no tempo e preferiu não embarcar na era dos prazeres é considerado encalhado e fora de moda. Criou-se a regra: transe, goze, seja feliz. Amor? Não perca seu tempo, ele está desaparecido.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

E quando dá certo ?



Nos acostumamos a não encontrar a pessoa ideal. Parece que o padrão do dia-a-dia é sempre buscar, achar, tentar, se decepcionar e então começar tudo de novo. Chega a ser divertido, não? Quero dizer, nada mais excitante do que poder transformar qualquer cenário cotidiano em um lugar para caçar.

Na academia, mulheres flácidas trocam olhares com homens cheios de anabolizantes o tempo todo. No mercado, solteirões encaram solteironas enquanto compram lasanhas congeladas. Nas praças de alimentação dos shoppings, nas calçadas, em lojas de departamento, todo lugar é lugar. Tudo é motivo para puxar assunto, de criar uma esperança, de se perguntar quando irá ver aquela pessoa de novo. Bate aquela emoção e o frio na barriga quando se falam a primeira vez; a mão sua quando a conversa parece boa e dura mais de cinco minutos. É mágico, sim.

Até que um dia isso acaba. Pois é, toda essa rotina excitante de viver em um safari humano termina quando você conhece a pessoa ideal. De repente você se vê flertando com alguém que realmente parece o certo. Ele é legal e faz seu tipo fisicamente. O papo é bom e não te enjoa e até então ele não fez nenhuma piadinha que te obrigou a girar os olhos pra cima e dar uma risadinha tosca. É, parece ser o cara.

Então é isso? Achou? Felizes para sempre? Você começa a andar pelas ruas e, quando passa uma pessoa interessante, sempre se pergunta: posso olhar? Por que parece errado? Por que algo que era tão natural pra você de repente se transforma num crime terrível? Olhar para bundas, peitos, braços, minha nossa! Não pode mais! A vida de solteiro já não parece mais tão ruim, hein?

Mas não há motivos para se desesperar. Uma vida monogâmica também pode ser muito interessante e boa. Afinal, era isso que você estava buscando, não é? O segredo pra dar certo é simples: não acelere demais as coisas. Não transforme no seu futuro cônjuge a pessoa que conheceu há duas semanas. Não chame de namorado o cara com quem está trocando cinco mensagens de texto por dia. Não diga “eu te amo” quando na verdade devia dizer “te vejo na sexta”. Deixe, que o tempo possui os ingredientes certos e vai cozinhar muito bem seu prato. Apenas sente-se e espere ser servido. Quando tem amor no menu, a refeição fica muito mais gostosa.