Eu sei que você, assim como eu, tem a plena consciência de
que não passa de uma pessoa comum. Você não é nenhum modelo de revista, seu
cabelo não se parece com o que está na embalagem do shampoo e com certeza sua
barriga não é igual à daquele cara sarado na embalagem das cuecas Zorba. E ae?
Ferrou...
Quero dizer, por que a vida parece tão injusta? Por que
gastamos horas malhando e nossos músculos não ficam iguais aos do Taylor
Lautner? O que o cabelo da Beyoncé tem de mais especial do que o seu? Dúvidas cruéis.
E sabe o que é mais desesperador? Essas pessoas lindas e
maravilhosas não existem só na TV ou nas fotos de revista. Elas estão na sua
sala da faculdade, moram no seu prédio, fazem cursinho de inglês com você ou
namoram sua melhor amiga. Foram simplesmente abençoados com a beleza física,
com encantos de parar o trânsito, com o poder de conseguir um SIM de qualquer
pessoa. Mas eu não sou assim; nem você.
Já pensou em se matar? Já gastou mais de cem reais no salão
em um só dia? Compra produtos da Avon uma vez por mês? É, tentativas não faltam,
só que nada parece dar certo. Não somos como aquelas pessoas “feias” das
novelas, que quando tira os óculos e arruma o cabelo fica melhor que Juliana
Paes. Mesmo assim você cobiça a garota mais linda da vizinhança, sabendo que
ela jamais vai te olhar. Você se acha cheio de papo, mas acontece que a maioria
das pessoas não dá abertura para provar isso. Maldita Christina Aguilera, que
fez o mundo acreditar naquela história de “You
are beautiful, no matter what they say”. Bobagem...
É um problema sem solução. Infelizmente, parece que o melhor
é ficarmos na nossa insignificância, cientes de nosso curto potencial
conquistador e parar de cobiçar essa raça estranha e bela das pessoas
fisicamente perfeitas. É tempo de começar a se contentar com outras
características e sentir-se feliz com elas. E pense pelo lado bom: senso de
humor, conteúdo e QI elevado podem durar para sempre. Músculos bonitos e bunda
durinha, certamente não.