Numa balada, o cara ta de olho numa garota há bastante tempo. Ela olha pra ele também, mas vira o rosto em seguida. Daí ela faz comentários com as amigas, que também se viram para dar uma conferida no macho em questão. Todas trocam olhares e voltam sua atenção para seu próprio grupinho. O cara fica muito puto, porque não tem como ter certeza se a garota está a fim ou não, se os comentários foram positivos e se os olhares foram de aprovação. Aí ele pensa: “Porra, custava ela virar pra cá e dar pelo menos um sorriso?”. Se ele é tímido, aí que ferrou de vez. Passar pelo constrangedor momento de ter um grupo de mulheres olhando para ele e analisando cada detalhe é o fim. Aí ele lembra que não se barbeou muito bem, que não arrumou o cabelo do jeito que a mulherada gosta, que devia ter calçado algo mais descolado e que aquela blusa de gola social com uma listra bicolor não está com nada. Depois disso ele se mata no banheiro. Mulheres, colaborem! Um sorriso não custa nada!
Na verdade, tudo isso acontece devido à grande complexidade feminina. Não é porque o cara é gato e está olhando para ela, que ela já tem a certeza de que vai ficar com ele. A mulher analisa muito mais, ela vai além, ela enxerga até a alma do sujeito. Ela olha para ele e, naqueles três segundos de troca de olhar, tenta adivinhar sua religião, seu signo, sua cor preferida, se ele gosta do mesmo tipo de música, se o sangue dele é A+, se ele vai concordar em colocar o nome de Maria Mariana em sua primeira filha e por aí vai. O homem, por sua vez, dá uma sacada no tamanho do peito, se a roupa dela ta maneira, se ela tem belas pernas e... espera, falei de mais. Eles só olham os peitos e pronto. Talvez as pernas. Uma olhadela pra bunda. E ponto final, já se decidiram. Aí esperam que a mulher faça o mesmo. Poxa, escolher um cara para dar uns beijos na balada é algo complexo. E se eles realmente se derem bem? E se forem para o apartamento de um deles? E se transarem? E se marcarem um jantar para o dia seguinte? Ela precisa pensar em tudo isso, se está pronta, se vai curtir. Então entram em cena as amigas. Todas precisam dar uma conferida no rapaz e dar sua opinião. As amigas de uma mulher sabem mais sobre ela do qualquer outro. “O cabelo dele é muito curto”/”Aquela blusa é tosca”/”Gostei do jeito que ele ta balançando a perna”/”Não ta bebendo cerveja, então o hálito ta bom”/”Ele tem 77% de chance de te dar um filho homem e 23% de te dar uma Maria Mariana”/”Ele vai querer chama-la de Penélope”.
A opinião do time de amigas, às vezes, só torna tudo pior. Ou não. Basta que uma delas diga que o cara vale a pena para que a mulher em questão decida beija-lo.
Pronto, vencida essa primeira etapa, eles se beijam. Agora, depois de todo esse esforço, o cara quer levá-la para a cama (testosterona em ação). E agora? O que fazer? Já foi difícil sair um beijo e ela nem deixou a mão dele descer muito. Haa, isso é tema para outra conversa. Mas a gente continua em breve...
Mulheres, decidam-se, eles estão esperando do outro lado do bar!